Thursday 26 June 2008

Summer Ball, amanhã

Espero que o meu "date" tenha andado na mesma escola de dança que este senhor...

Tuesday 17 June 2008

Amor autista paixão solitária

"Não se apercebeu, nem um único momento se apercebeu, de que talvez o seu delírio não pudesse ter sido compartilhado. Fundir-se com um outro ser numa comunhão de sentimentos, também é amor, é óbvio, mas num certo grau de paixão o amor torna-se num egoísmo tão cego que já não tem sequer uma única fibra sensível ao mundo que o rodeia, mesmo que esse mundo seja o doutro ser, do ser amado, tão cego que numa dissonância perturbadora não é perceptível simplesmente porque não é captada ou não é sentida. A paixão amorosa é como a última, a extrema solidão."
Lou Andreas-Salomé - Um Desvario

Pipilar

Repito e brinco mentalmente com esta palavra que tanto me atrai sem conseguir perceber porquê. Tento ir mais longe e começo por conjugar o presente do indicativo, "Eu pipilo". Rapidamente deixo o exercício de lado, para quê ir mais longe quando o perto sabe tão bem e o longe é tão ridículo? Por fim, entrego-me de ouvidos e coração ao passarinho que escolheu a minha janela para, com tanta classe, me encantar com o seu pipilar.

Sunday 15 June 2008

Do what you wanna do and say what you wanna say

Acid House Kings - Do what you wanna do

Friday 13 June 2008

Wednesday 11 June 2008

Tcheca

Se eu conseguisse tirar uma fotografia à imagem mental que guardo de Praga seria assim...

Jantar Português do dia de Portugal em Londres (Part I)

Rebeca (nome fictício):
- Eu sou empresária por conta própria.
Eu:
- Interessante, qual o ramo?
Rebeca:
- Tenho uma empresa de concierge.
Eu:
- Hmmmm...
Rebeca:
- É só para gente muito rica, por exemplo se precisarem de um avião de uma hora para a outra eu arranjo.
Eu:
- Hmmmm...
Rebeca:
- Por exemplo no outro dia fui a casa de uma senhora e cobrei 40€ à hora para a ensinar a dobrar t-shirts.

Monday 9 June 2008

Naquela linda manhã

Hoje caí, sozinha, sem rede e com muito público. Ainda no chão, dois "cavalheiros" vieram ter comigo. O primeiro, "Are you ok, Love?". Já estava triste e consegui ficar irritada, odeio esta coisa do Love. O segundo, era o verdadeiro "Lord Inglês", sorriu e deu-me a mão que me ajudou (muito lentamente) a sair da posição em que fiquei logo após a queda. Não me fez perguntas (muito menos estúpidas) e conforme chegou assim se foi. Mal tive tempo para lhe dizer o "Thank you very much!". Rompi as meias em vários sítios. Os joelhos, para além de terem ficado com valentes hematomas, sangraram. Quando cheguei finalmente ao meu destino, filosofei. As quedas "metafóricas" da vida servem para retiramos delas as nossas lições. Crescemos, evoluímos. As quedas "reais", são dolorosas fisicamente e chegam a ser humilhantes, mas não passam disso. Quase chorei não fora o meu lado racional ter recusado. No final do dia, dei umas boas gargalhadas lembrando-me do sucedido. Bem mais animada pensei, "ainda bem que tinha a depilação feita!".

Cat Power - The Greatest

Hoje, mais cedo do que esperava, vi e senti o poder da Cat (ou caso prefiram, Charlyn Marie Marshall).
Percebi que esta mulher só podia ser o que é, artista. Não fala, só canta e dança. Comunica com o público por gestos desajeitados e por vezes desequilibrados. A dança só não a defino como sendo ridícula porque é tremendamente terna e inocente Em duas horas de espectáculo entrega a alma, o estômago e a própria vida ao público. Apenas lhe ouvi um modesto thank you durante todo o concerto. É claramente um destes seres que só sabe dar e não receber. Quer estar com o público e senti-lo. Salta para a plateia e por lá deambula. Por fim, restam-lhe as garrafas de água e os alinhamentos que distribui, teatral, pelos afortunados que se encontram nas primeiras filas.
Termino citando-me a mim própria "ainda a hei-de ver", acrescento agora, outra vez... Quem sabe, repetindo a história, mais cedo do que imagino… Obrigada A.

Saturday 7 June 2008

Coisas menores

“Descobri” ontem que ROMA é AMOR ao contrário. Alguns, neste momento, devem estar a pensar “Mas com que coisas ocupa a cabeça esta rapariga”. Outros ainda, devem estar atónitos por só aos vinte (e tal) anos eu ter alcançado tamanha conclusão. É verdade, mas sabem meus queridos o que ainda me surpreendeu mais? Roma não está listada em nenhuma das pesquisas que fiz para encontrar a cidade mais romântica do mundo. Pior do que isso, numa das listas da internet, Punta Cana (República Dominicana) aparecia em 13º lugar. Paris, como já seria de esperar, lidera quase todas as tabelas. Mas quem é que não viu o "La dolce vita" de Federico Fellini?

you gotta give to get

God knows - El perro del mar

Friday 6 June 2008

Nobre povo, nobre língua

Li outro dia no jornal inglês “The independent” um artigo sobre o já muito famoso “acordo ortográfico”. Na altura, não gostei do que li mas para não me “irritar” (os nervos só nos tiram a beleza, dão-nos rugas e pintam-nos os cabelos de branco), deixei o assunto morrer e (quase) esqueci. Agora, ao ler a edição de Junho da revista Courrier Internacional (a qual recomendo) volto a encontrar o mesmo artigo mas desta vez traduzido para Português (de Portugal). O título incomoda mas lê-se, “Lisboa verga-se à supremacia de Brasília”. Seguindo para o primeiro parágrafo é claro o atentado à inteligência dos próprios portugueses (de Portugal e não só), “Portugal poderá ter de reconhecer o inevitável, vergando-se à primazia económica e cultural do Brasil, da sua ex-colónia.” Gostava de perceber como é que se afere, por exemplo, esta supremacia cultural, mas acho que prefiro não ir por aí.

Neste artigo, os opositores ao acordo ortográfico são tidos por tomar “acções de retaguarda” e o exemplo dado é o de Vasco Graça Moura. Para o efeito, é citada uma frase com 9 palavras (sim, contei) alegadamente dita pelo mesmo, “Não precisamos de aceitar um lugar atrás do Brasil”. O artigo fica por aqui quanto a citações ou argumentos utilizados pelos “opositores” ao dito acordo, no mínimo diria que foi elucidativo e esclarecedor...

Do outro lado da “barricada” foi citado José Saramago. O artigo lembrou e nós “agradecemos” que este escritor, para além de ser o único português a receber o Nobel da Literatura, defendeu, em tempos, que Portugal passasse a fazer parte de Espanha. Saramago terá afirmado que “Temos de nos libertar desta ideia de que somos donos da língua. A língua é propriedade daqueles que a falam, para o bem e para o mal”. Desculpe Sr. Saramago mas verdades de La Palice não são suficientes para resolver a questão da “compropriedade” de 230 milhões de “falantes” de português.

Para resumir, o dito artigo aponta como principal razão para a referida alteração (vão ser alteradas cerca de 2 mil palavras das 110 mil que compõem o vocabulário português) a evolução económica, afirmando que “Portugal vai ter que se adaptar à evolução do mundo que fala Português”.

O artigo aponta as “pesquisas mais fáceis na internet” como uma das vantagens resultantes do acordo. Eu, estarrecida e totalmente convencida, digo UHAUUU!!!

Aproveitei este artigo, de qualidade no mínimo duvidosa, para expressar, ainda que ironicamente, a minha opinião sobre o acordo ortográfico.

“Amo de Paixão” o português do Brasil mas pelo “Amor da Santa” (como diria o me irmão H.) não obriguem a minha avó, os meus filhos ou mesmo eu própria a falar como o Lula da Silva. “Cada macaco no seu galho” e eu estou muito bem no meu. A economia não é tudo (eu arriscaria mesmo dizer que não é nada). Quero falar, escrever e ler o português de Portugal, o português de Camões!

Para concluir, importa ainda acrescentar uma informação de importância extrema, o artigo a que me refiro foi escrito por uma “Sra.” de nacionalidade Espanhola, só podia. Ai estes Espanhóis...

Thursday 5 June 2008

de luto

Cavalos Garrano

Tuesday 3 June 2008

The Awakening Conscience

Hoje fui ver a exposição British Orientalist Painting na Tate Britain. Nos dizeres da própria Tate, a exposição "will explore the responses of British artists to the cultures and landscapes of the Near and Middle East between 1780 and 1930, offering vital historical and cultural perspectives on the challenging questions of the ‘Orient’ and its representation in British art." Percebi melhor o "Orientalismo" de Edward Said e (re)encontrei William Holman Hunt. O quadro que escolho agora, não estava na exposição nem devia estar, estava na minha memória como um dos mais reveladores da irmandade (Pré-Rafaelita) a que Hunt pertenceu.

The Awakening Conscience William Holman Hunt

Este quadro, preenchido pela simbologia de dois amantes, denuncia o contraste entre o puro e o ilícito. Desde a natureza que se avista da janela passando pelas pautas de música que lembram melodias da infância até à luva (única) que se encontra caída no chão e ao gato (infiel) que repousa no canto. Como parti do orientalismo para chegar aqui não sei, mas que cheguei cheguei.

Pressa de mim

O "agora" já foi ou está a ser?

Monday 2 June 2008

Que me perdoem os mais alternativos

Compreendo cada vez melhor os refrões das ditas melodias "pimba".

Quem não conhece este refrão?

"voltei voltei
voltei de lá
ainda ontem estava em França
e agora já estou cá", "

E este?

"Meu querido mês de Agosto
Por ti levo o ano inteiro a sonhar
Trago sorrisos no rosto
Meu querido mês de Agosto
Porque sei que vou voltar"

Devo dizer que nem todos sentem a verdadeira poesia dos mesmos. Não estou em França, nem é Agosto mas as saudades são muitas apesar de só ter partido ontem.