Sunday 31 August 2008

Red Army Choir

A mania que nós os portugueses (ou talvez seja só uma mania minha) temos de tentar agradar os outros é impressionante. Ainda a semana passada dei por mim a fazer um comentário completamente infeliz com uma Russa. “Ah és Russa, eu adoro o Red Army Choir!”
Resposta dela “quem??”
Claro que a menina, já muito “ocidentalizada”, não podia saber o que é o coro do ex Exército Vermelho dos Trabalhadores e dos Camponeses
Acho que lhe vou enviar este link para o Myspace.

E ontem foi assim, o fim do mundo...

R.E.M. It's the end of the world as we know it

Saturday 30 August 2008

Hello

Hoje fui ter com o Michael Stipe (R.E.M.), não que ele estivesse especificamente à minha espera mas porque o fotógrafo da banda, David Belisle, ia lançar um livro, Hello, com fotografias captadas em diferentes momentos, bastidores e de palco, das tours.
O livro parecia-me uma ideia interessante, entusiasmava-me mais do que o próprio fotógrafo, mas o que realmente me fazia dar saltinhos era o próprio e único Michael Stipe. O evento estava marcado para as 6 da tarde e eu, mais ou menos a partir das 5 comecei a acompanhar visualmente o ponteiro dos segundos do relógio que se encontra pendurado na parede do open space. Tic, tac, tic, tac. Esperava ansiosa pelo bater das 5.30, horário de saída. Saí e voei. Cheguei à Waterstones em Piccadilly às 5.55, 5 minutinhos antes do grande acontecimento. Pelo caminho determinei a estratégia de “ataque”. "Entro pela porta das traseiras, compro logo o livro e vou direitinha para a fila". Mais rápida que um relâmpago e mais eficaz que um trovão, lá fui eu. Segui à regra a estratégia magicada. Teria corrido tudo bem não fora ter havido certas e determinadas pessoas que iniciaram a filinha às 10 da manhã, hora de abertura da já referida Book store. Pergunto eu, “mas porque é que há gente tão tonta!?”. A “filinha” era afinal uma “filona”. Quando lá cheguei, um segurança que desde então resolvi apelidar de “o parvo”, distribuía umas senhas com o número de chegada. Calhou-me o 324. De ar arrogante, “o parvo” disse-me que o Michael só ia dar autógrafos até ao número 300 mas que se eu quisesse podia ficar na fila (para quê meu troglodita?). Era como se o “big ben” me estivesse a cair em cima da cabeça. Tentei brincar com a situação e perguntei ao “parvo” se não havia uma fila especial para as pessoas que trabalham e que não podem passar um dia inteiro à porta de uma livraria. “O parvo” não percebeu ou fez que não percebeu. Disse-me que havia pessoas que tinham vindo de muito muito longe para estarem ali e que se eu fosse uma verdadeira fã tinha tirado o dia de férias. Apeteceu-me dividi-lo ao meio com um só golpe com a ajuda do livrinho que tinha na mão. Rapidamente percebi que essa não seria a solução, ele tinha MUITO poder e o livro tinha sido carote. Calei-me e fiquei no meu lugar. “O parvo” percebeu que eu não ia dar mais luta e resolveu ir "pregar para outra freguesia". Antes de me deixar teve ainda tempo para (re)dizer “a partir do número 300 ninguém entra!” Estava tão triste que fiquei ali parada durante alguns segundos, minutos mesmo sem saber muito bem o que fazer. Queria tanto ver o Michael. Foi nesta altura dos acontecimentos que aparece a minha amiga J. que mais não me largou até ao final da aventura. Duas horas mais tarde, horas essas passadas na incerteza do sucesso, estava eu já na porta principal da livraria.”O parvo” nem vê-lo, “Santa Engrácia me valha”. Deste lado do edifício estava já outro segurança muito mais simpático a quem fiz um "beicinho". Deixou-me entrar no último grupo de pessoas. Fui, assinei o livro, conversei, ri, tirei fotografias e no fim despedi-me do Michael com um “até amanhã…” ao que ele respondeu “espero que sim…”. Foi sem dúvida um dos melhores momentos da minha vida, poder estar na presença de uma pessoa que tanto admiro e que durante tantos anos acompanhei. Passou tudo muito rápido e penso que nos próximos dias me vou lembrar de mais pormenores. Mas uma coisa é certa, foi muito bom. Amanhã vou ao concerto, ele vai estar no palco e eu, eufórica, estarei aos saltinhos na plateia.

Esta foi uma das fotos que tirei, estive perto, tão perto mas não toquei.

Monday 18 August 2008

Difícil é acreditar

E chega o dia em que temos que abrir os olhos e olhar o mundo tal como ele é.

Sunday 17 August 2008

De dar gritinhos - R.E.M dia 30 de Agosto

Quando gosto muito de uma coisa sou assim, irritante. Aqui fica o alinhamento do concerto que está para vir. Quanto a mim, já estou ansiosa por ouvir, cantar, saltar, gritar e viver cada segundinho de cada musiquinha da listinha infra. Posso imaginar como momentos altos da noite os passados durante as músicas 14 e 26. Logo contarei, ou não, se assim foi. Há momentos que só podem ser vividos e nao relatados.

1. These Days
2. Living Well Is the Best Revenge
3. Bad Day
4. What’s the Frequency, Kenneth?
5. Drive
6. Wolves, Lower
7. Ignoreland
8. Hollow Man
9. Cuyahoga
10. Houston
11. Electrolite
12. The Great Beyond
13. Strange Currencies
14. Walk Unafraid
15. The One I Love
16. Country Feedback
17. Let Me In
18. Star 69
19. Horse To Water
20. I’m Gonna DJ
21. Orange Crush
22. Imitation Of Life

23. Supernatural Superserious
24. Losing My Religion
25. 7 Chinese Bros.
26. It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)
27. Man On The Moon

ps. eu avisei que ia falar MUITO dos R.E.M., e acreditem que me tenho contido...

Thursday 14 August 2008

Mundo (quase) perfeito ou a Bela e o "Monstro"

Tenho uma dúvida, não sei se hei-de rir à gargalhada ou chorar como uma Madalena... Porque é que queremos todos sempre parecer tão perfeitos aos olhos dos outros?

Monday 11 August 2008

Delfins Forever

Já aqui tinha deixado um post sobre o "fim" dos Delfins. Na altura, optei por utilizar o humor (excelente) dos outros. Não posso, contudo, deixar passar este momento da história da música nacional, sem dizer que esta banda me acompanhou durante parte da minha vida. É com grande pesar que percebo que a minha adolescência ficou para trás e que agora os Delfins a acompanham. Um último comentário, quase humorístico, o Miguel Ângelo neste clip faz-me lembrar, um bocadinho, o Marco Paulo...

Delfins - Aquele Inverno

Nunca parto inteiramente

Manuel Cruz - Nunca parto inteiramente

Luís Vaz de Camões

Hoje, percebi que tudo o que faço nos meus tempos livres e que me dá prazer (com algumas, poucas, excepções) requer o "uso" dos meus dois olhos. Como é que cheguei a esta conclusão? Um derrame no olho direito que insiste em atormentar a actividade do meu globo ocular. No final do dia, quando regressava a casa depois de mais um dia de trabalho, pensei, e agora o que é que vou fazer? Ler, não posso. Navegar na internet, não posso. Ver um filme, não posso. Por fim, encontrei o que pensava ser a solução, escrever. Logo me lembrei que mesmo para escrever precisaria do meu olho direito. Fica aqui a minha homenagem a Camões a quem admiro ainda e cada vez mais.

Saturday 9 August 2008

Na baía de Cascais

Crosby Beach, amanhã

"Another Place" - Antony Gormley

"Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I would cross

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get
What I deserved
No better and no worse

I just got lost
Every river that I tried to cross
Every door I ever tried was locked
Ohhh and I'm...
Just waiting 'til the shine wears off (...)"
Coldplay - Lost!

Thursday 7 August 2008

L ucy in the S ky with D iamonds

Esta música, tal como tantas outras dos Beatles, tem associada a ela várias histórias. Depois de as ter "estudado", a única que faz sentido, e já confirmada por Paul Mccartney, é a que está relacionada com uma "viagem" de John Lenon depois de ter tomado LSD. Seja ou não verdade, sempre gostei muito desta música e nas minhas "viagens" mentais, sem a comanhia da pequena Lucy, também vejo muitas cores, flores e nuvens. Se o Lenon fosse vivo dizia-lhe para esquecer as drogas e se concentrar na ideia da "tarte de marshmallow" que me parece muito mais adequada. Provavelmente, haveria coisas muito mais interessantes para lhe dizer mas esta "tarte de marshmallow" não me sai da cabeça.

Onde tudo começou...

"The Cavern club" foi onde, em 1961, tudo começou para os Beatles. Quase meio século depois é Gustav Klimt que me leva a Liverpool. O entusiasmo do mito, inspirado ou não em Platão, faz-me ir à Caverna imaginar as sombras que um dia definiram a condição humana.

Wednesday 6 August 2008

Love In the Asylum

"A stranger has come
To share my room in the house not right in the head,
A girl mad as birds

Bolting the night of the door with her arm her plume.
Strait in the mazed bed
She deludes the heaven-proof house with entering clouds

Yet she deludes with walking the nightmarish room,
At large as the dead,
Or rides the imagined oceans of the male wards.

She has come possessed
Who admits the delusive light through the bouncing wall,
Possessed by the skies

She sleeps in the narrow trough yet she walks the dust
Yet raves at her will
On the madhouse boards worn thin by my walking tears.

And taken by light in her arms at long and dear last
I may without fail
Suffer the first vision that set fire to the stars."
Dylan Thomas

Friday 1 August 2008