Saturday, 30 August 2008

Hello

Hoje fui ter com o Michael Stipe (R.E.M.), não que ele estivesse especificamente à minha espera mas porque o fotógrafo da banda, David Belisle, ia lançar um livro, Hello, com fotografias captadas em diferentes momentos, bastidores e de palco, das tours.
O livro parecia-me uma ideia interessante, entusiasmava-me mais do que o próprio fotógrafo, mas o que realmente me fazia dar saltinhos era o próprio e único Michael Stipe. O evento estava marcado para as 6 da tarde e eu, mais ou menos a partir das 5 comecei a acompanhar visualmente o ponteiro dos segundos do relógio que se encontra pendurado na parede do open space. Tic, tac, tic, tac. Esperava ansiosa pelo bater das 5.30, horário de saída. Saí e voei. Cheguei à Waterstones em Piccadilly às 5.55, 5 minutinhos antes do grande acontecimento. Pelo caminho determinei a estratégia de “ataque”. "Entro pela porta das traseiras, compro logo o livro e vou direitinha para a fila". Mais rápida que um relâmpago e mais eficaz que um trovão, lá fui eu. Segui à regra a estratégia magicada. Teria corrido tudo bem não fora ter havido certas e determinadas pessoas que iniciaram a filinha às 10 da manhã, hora de abertura da já referida Book store. Pergunto eu, “mas porque é que há gente tão tonta!?”. A “filinha” era afinal uma “filona”. Quando lá cheguei, um segurança que desde então resolvi apelidar de “o parvo”, distribuía umas senhas com o número de chegada. Calhou-me o 324. De ar arrogante, “o parvo” disse-me que o Michael só ia dar autógrafos até ao número 300 mas que se eu quisesse podia ficar na fila (para quê meu troglodita?). Era como se o “big ben” me estivesse a cair em cima da cabeça. Tentei brincar com a situação e perguntei ao “parvo” se não havia uma fila especial para as pessoas que trabalham e que não podem passar um dia inteiro à porta de uma livraria. “O parvo” não percebeu ou fez que não percebeu. Disse-me que havia pessoas que tinham vindo de muito muito longe para estarem ali e que se eu fosse uma verdadeira fã tinha tirado o dia de férias. Apeteceu-me dividi-lo ao meio com um só golpe com a ajuda do livrinho que tinha na mão. Rapidamente percebi que essa não seria a solução, ele tinha MUITO poder e o livro tinha sido carote. Calei-me e fiquei no meu lugar. “O parvo” percebeu que eu não ia dar mais luta e resolveu ir "pregar para outra freguesia". Antes de me deixar teve ainda tempo para (re)dizer “a partir do número 300 ninguém entra!” Estava tão triste que fiquei ali parada durante alguns segundos, minutos mesmo sem saber muito bem o que fazer. Queria tanto ver o Michael. Foi nesta altura dos acontecimentos que aparece a minha amiga J. que mais não me largou até ao final da aventura. Duas horas mais tarde, horas essas passadas na incerteza do sucesso, estava eu já na porta principal da livraria.”O parvo” nem vê-lo, “Santa Engrácia me valha”. Deste lado do edifício estava já outro segurança muito mais simpático a quem fiz um "beicinho". Deixou-me entrar no último grupo de pessoas. Fui, assinei o livro, conversei, ri, tirei fotografias e no fim despedi-me do Michael com um “até amanhã…” ao que ele respondeu “espero que sim…”. Foi sem dúvida um dos melhores momentos da minha vida, poder estar na presença de uma pessoa que tanto admiro e que durante tantos anos acompanhei. Passou tudo muito rápido e penso que nos próximos dias me vou lembrar de mais pormenores. Mas uma coisa é certa, foi muito bom. Amanhã vou ao concerto, ele vai estar no palco e eu, eufórica, estarei aos saltinhos na plateia.

Esta foi uma das fotos que tirei, estive perto, tão perto mas não toquei.

3 comments:

AD said...

Viva!

Anonymous said...

A melhor banda do mundo merecia a tua visita! Parabéns Camões!

Anonymous said...

inveja minha amiga!!!!!
bjos
Becas