Monday, 29 September 2008

Azul bebé

Faltavam cinco minutos para a meia-noite, sexta, lá estava ele, sentado ao meu lado, de camisola azul bebé, a ler um livro (não consegui ser suficientemente eficaz para perceber qual) e a confirmar algumas passagens com a bíblia que tinha na outra mão. Nem se apercebeu que o metro se encheu, à passagem por South Kensington, de pessoas albergando uniforme de concerto heavy metal. Três delas acendem cada uma seu cigarro e a confusão instala-se na carruagem. Alguém que estava à minha frente levantou-se dirigiu-se calmamente a um dos elementos do grupo de prevaricadores, pediu-lhe o cigarro e, ainda com mais calma, deixou-o o cair ao chão para depois o pisar. Não houve reacção. Os outros (prevaricadores) seguiram-lhe o exemplo. Antes de sair virou-se para mim e disse "se eles voltarem a acender o cigarro, faz o mesmo que eu fiz."
Era meia-noite e meia, sábado, lá estava ele, sentado ao meu lado, de camisola azul bebé, com um livro numa mão e a bíblia na outra.

Sunday, 28 September 2008

...

Friday, 26 September 2008

Where I was born by Natalie

What Israel Means to Me
Israel is...

Where I was born. Where I ate my first Popsicle and used a proper toilet for the first time. Where some of my eighteen-year-old friends spend their nights in bunkers sleeping with their helmets on. Where security guards are the only jobs in surplus. Where deserts bloom and pioneer stories are sentimentalized. Where a thorny, sweet cactus is the symbol of the ideal Israeli. Where immigrating to Israel is called ?ascending? and emigrating from Israel is called ?descending?. Where my grandparents were not born, but where they were saved.

Where the year passes with the season of olives, of almonds, of dates. Where the transgressive pig or shrimp dish speaks defiantly from a Jerusalem menu. Where, despite substantial exception, secularism is the rule. Where the wine is religiously sweet. Where ?Arabic homes? is a positive real estate term with no sense of irony. Where there is endless material for dark humor. Where there are countless words for ?to bother,? but no single one yet for ?to pleasure.? Where laughter is the currency, jokes the religion. Where political parties multiply more quickly than do people. Where to become religious is described as ?returning to an answer? and becoming secular ?returning to a question.?

Where six citizens have won Nobel prizes in fifty years. Where the first one earned an Olympic gold in 2004 for sailing (an Israeli also won the bronze for judo). Where there is snow two hours north and desert hamsin (desert wind) two hours south. Where Moses never was allowed to walk, but whose streets we litter. Where the language in which Abraham spoke to Isaac before he was to sacrifice him has been resuscitated to include the words for ?sweatshirt? and ?schadenfreude? and ?chemical warfare? and ?press conference.? Where the muezzin chants, and the church bells sound, and the shofars cry freely at the Wall. Where the shopkeepers bargain. Where the politicians bargain. Where there will one day be peace, but never quiet.
Where I was born; where my insides refuse to abandon.
Natalie Portman

Obrigada Chiquitita.

Este texto veio recordar-me os tempos em que lia, ansiosa, tudo sobre o conflito no Médio Oriente. Acho que vou dar nova oportunidade ao assunto pois na altura a frustração venceu-me. Agora tenho que encontrar um texto "bonito" escrito por um Palestiniano (não será difícil).

Verde, Shrek ou Hulk?


Wednesday, 24 September 2008

Hoje

estou triste, muito.

Sunday, 21 September 2008

Tuesday, 16 September 2008

Porque o Adoro

Gerard Castello-Lopes, Lisboa 1957

Plagiar a fantasia

Li hoje num dos meus blogues preferidos a seguinte frase "Alguma vez a mulher real que um homem tem ao seu lado pode competir com o estatuto «resplandecente» das mulheres que ele imaginou?"

Respondo com uma pergunta:
"E o homem que está ao lado dessa mulher algum dia será tão resplandecente quanto o homem que ela própria imaginou?"

Bem sei, é exactamente a mesma pergunta, dei-lhe a volta para não parecer plágio.

A humanidade é feita disso mesmo, de querermos o que não temos e de idealizarmos o que não existe.

Aquele que muito idealiza vive no vazio de si próprio. Nunca chega ao outro, nem sequer o encontra.

Monday, 15 September 2008

Indiana Jones

As malas das mulheres são mesmo uma caixinha de surpresas. Ultrapassa o próprio inconsciente. "Esqueço" sempre coisas "giras" nas minhas malas, assim, da próxima vez que as uso, sei que vou encontrar pequenos tesouros perdidos. Fecho os olhos, meto a mão dentro da mala e o sorriso é quase em simultâneo. Hoje, encontrei um anel "perdido" há meses...

Quem pinta assim não é míope

Foi um fim de semana dedicado à pintura com duas exposições, primeiro CY Twombly e depois Francis Bacon. O primeiro maravilhoso o segundo aterrador.
Mas falando do primeiro, é bonito e musical. As suas quatro estações deixam-me…feliz.



A vítima

Todos nós precisamos de libertar a nossa agressividade. Todos nós escolhemos formas diferentes para o fazer. Francis Bacon optou pela pintura. Numa palavra diria que a sua arte é grotesca. Há quadros que não olho de frente. As cores são pouco comuns. Os temas chocantes. Não é com prazer que se assiste a uma exposição de Bacon mas com repulsa. Faz-nos entrar em contacto com partes de nós que queremos bem escondidas. Diria que é um agitador de tabus. Por mais infeliz que possa ter sido, tenho a certeza que Bacon, como poucos, aliviou o seu sofrimento deixando ao mundo muito com se “entreter”. Há outros quadros de Bacon muito mais “comerciais” e do ponto de vista artístico muito superiores, mas escolhi aquele que me pareceu mais adequado a representar aquilo que acho ser na verdade Francis Bacon…
Francis Bacon Study for a self-portrait, 1982

Friday, 12 September 2008

A coisa mais básica que já escrevi neste blogue acompanhada do beijo mais bonito da história do cinema

Parece que o Jude Law vive em Londres.
Estratégia - vou começar a "adormecer", de barrete verdinho na cabeça, nas mesas dos bares nos arredores da casinha do Jude...pode ser que tenha sorte...

(Aquilo que a norah tem nos lábios é aquela pomada que se põe para o herpes labial ou é chantilly, ou é ainda outra coisa qualquer que agora não me vem à cabeça?)


My Blueberry nights

Dancing Queen

"You are the Dancing Queen, young and sweet, only seventeen
Dancing Queen, feel the beat, from the tambourine oh yeah
You can dance, you can jive, having the time of your life
Ooo.. see that girl, watch that scene, diggin' the Dancing Queen"

A parte que gosto mais desta música é mesmo o "only seventeen"...ai seventeen...porque com 16 ainda somos "teenagers" agora com "seventeen" já somos as rainhas da pista de dança (e não só).

Viva os ABBA!!

Saturday, 6 September 2008

The unbearable lightness of being

Primeiro o livro, agora o filme. Não consigo dizer qual dos dois gostei mais. Terei que ler o livro outra vez para conseguir decidir com "justiça". E depois, vejo o filme mais uma vez, ou duas ou muitas. Adorei. É o filme mais bonito que vi na minha vida. Acaba bem, utilizando o sentido literal da expressão "e foram felizes para sempre..."
Kundera, Binoche e Day-Lewis no seu melhor.

ps. Adoro pessoas e todas as suas perturbantes complexidades. No fim, tudo é tão simples e belo.

Wednesday, 3 September 2008

À terceira desisto para bem do próximo e da continuidade do tempo

Regra básica de estrangeiro a viver em Londres. Por vezes, mesmo ao fim deste tempo a residir na ilha, acontece-me não perceber à primeira nem à segunda nem mesmo à terceira o que é que os nativos me dizem. Peço para repetir uma vez, duas vezes, à terceira exclamo "aaaah!" e coloco o meu sorrio mais bonito. Continuei sem perceber, mas dei a entender que percebi. Assim, a frustração fica só do meu lado, e que frustração...

Gossip

Ontem fiquei a saber que à lista de homens célebres/fascinantes com quem a Lou (Andreas-Salomé) privou me faltava ainda acrescentar Liev Tolstói (ou para os adeptos das "traduções literais", Leão Tolstoi). Já não lhe bastava ter sido amiga íntima de Nietzsche, Rainer Maria Rilke ou Freud, ainda conseguiu chegar a Tolstoi. Será a Anna Karenina inspirada na Lou?

Lou Andreas Salome

Mãos

Uma amiga emprestou-me o livro (Cal de José Luís Peixoto). Desde então tem estado na minha mesinha de cabeceira. Adoro tê-lo lá. A capa recorda-me a minha avó. Que saudades tenho das suas mãos.