Faltavam cinco minutos para a meia-noite, sexta, lá estava ele, sentado ao meu lado, de camisola azul bebé, a ler um livro (não consegui ser suficientemente eficaz para perceber qual) e a confirmar algumas passagens com a bíblia que tinha na outra mão. Nem se apercebeu que o metro se encheu, à passagem por South Kensington, de pessoas albergando uniforme de concerto heavy metal. Três delas acendem cada uma seu cigarro e a confusão instala-se na carruagem. Alguém que estava à minha frente levantou-se dirigiu-se calmamente a um dos elementos do grupo de prevaricadores, pediu-lhe o cigarro e, ainda com mais calma, deixou-o o cair ao chão para depois o pisar. Não houve reacção. Os outros (prevaricadores) seguiram-lhe o exemplo. Antes de sair virou-se para mim e disse "se eles voltarem a acender o cigarro, faz o mesmo que eu fiz."
Era meia-noite e meia, sábado, lá estava ele, sentado ao meu lado, de camisola azul bebé, com um livro numa mão e a bíblia na outra.
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