"Não se apercebeu, nem um único momento se apercebeu, de que talvez o seu delírio não pudesse ter sido compartilhado. Fundir-se com um outro ser numa comunhão de sentimentos, também é amor, é óbvio, mas num certo grau de paixão o amor torna-se num egoísmo tão cego que já não tem sequer uma única fibra sensível ao mundo que o rodeia, mesmo que esse mundo seja o doutro ser, do ser amado, tão cego que numa dissonância perturbadora não é perceptível simplesmente porque não é captada ou não é sentida. A paixão amorosa é como a última, a extrema solidão."
Lou Andreas-Salomé - Um Desvario
2 comments:
Brilhante. É isto mesmo. Mal posso esperar para ler o livro todo. bjs
tb quero ler esse livro! gostei muito desse excerto.
bjokas
Becas
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