não fui mas gostava de ter ido...hei-de ir, um dia...
Wednesday, 28 May 2008
Friday, 23 May 2008
Apetece II
Já cá esteve a letra agora vem a música. Apetece-me.
The Fratellis - Whistle For The Choir
The Fratellis - Whistle For The Choir
É só comigo?
Tenho que admitir, há uma coisa que me inibe a vontade de fazer comentários nos blogs de amigos, a "verificação das palavras". Pois é, ainda hoje tive que repetir o processo 2 vezes e só à 3ª é que finalmente lá consegui dar com as letras disformes que me apresentaram. Confesso que já estive várias vezes tentada a carregar no bonequuinho azul sentado na cadeira de rodas para ver se era mais fácil...
A tarefa complica-se ainda mais quando não só a "verificação das palavras" parece russo como o próprio blog se apresenta no dito idioma, não é "pensamentos desblogueados"?
A tarefa complica-se ainda mais quando não só a "verificação das palavras" parece russo como o próprio blog se apresenta no dito idioma, não é "pensamentos desblogueados"?
Apetece
Thursday, 22 May 2008
Bem Bom
Já foi o terrível Lord Voldemort em "Harry Potter", o adorável Justin Quayle em "The Constante Gardner", o ainda mais terrível Francis Dolarhyde em "Red Dragon", o ainda mais adorável Count Laszlo de Almásy em o Paciente Inglês, o inqualificável Amon Goeth em a Lista de Schindler. Citando apenas alguns dos seus filmes mais conhecidos podemos verificar que Ralph Fiennes tem andado a "saltitar" entre o bem e o mal. Hoje, "saltitou" bem pertinho de mim no Gielgud Theatre na peça "God of Carnage". Que bem que esteve.
Tuesday, 20 May 2008
Team Work
Monday, 19 May 2008
A vida depois da dor
"I love you more than one more day."
Esta foi sem dúvida a frase que mais me marcou na peça de teatro a que hoje assisti. Já a tinha lido no livro de Joan Didion mas "dito" ao vivo e a cores pela Vanessa Redgrave é ainda mais comovente. É uma frase de amor muito bonita, amor de pai para filha. Pai este que morre meses antes da filha. Fica a mulher e mãe para, de forma simples, limpa e profunda (sem nunca ser lamechas), descrever o seu luto.
Deixei-me guiar pela história (baseada em factos reais) e a emoção tomou conta de mim. No fim, chorei. Por tudo o que ouvi e senti mas essencialmente por perceber que o que nos liga aos que amamos é muito mais forte do que a própria morte. A dor não se controla, a dor não se explica, a dor não se mede nem se quantifica. Vive-se. E dói, ai se dói...
Esta foi sem dúvida a frase que mais me marcou na peça de teatro a que hoje assisti. Já a tinha lido no livro de Joan Didion mas "dito" ao vivo e a cores pela Vanessa Redgrave é ainda mais comovente. É uma frase de amor muito bonita, amor de pai para filha. Pai este que morre meses antes da filha. Fica a mulher e mãe para, de forma simples, limpa e profunda (sem nunca ser lamechas), descrever o seu luto.
Deixei-me guiar pela história (baseada em factos reais) e a emoção tomou conta de mim. No fim, chorei. Por tudo o que ouvi e senti mas essencialmente por perceber que o que nos liga aos que amamos é muito mais forte do que a própria morte. A dor não se controla, a dor não se explica, a dor não se mede nem se quantifica. Vive-se. E dói, ai se dói...
Sunday, 18 May 2008
Sunday, 11 May 2008
Cor, música e alegria
Porque vocês merecem e eu também...um dos melhores vídeos que vi nos últimos tempos.
Ainda estou a cantarolar:
"Oh Oh Oh
You're changing your heart
oh oh oh
You know who you are"
Feist - 1 2 3 4 (The Reminder)
Ainda estou a cantarolar:
"Oh Oh Oh
You're changing your heart
oh oh oh
You know who you are"
Feist - 1 2 3 4 (The Reminder)
Querido Tempo
Saturday, 10 May 2008
Sem título
"Ouvi dizer que o nosso amor acabou
Pois eu não tive a noção do seu fim
Pelo que eu já tentei
Eu não vou vê-lo em mim
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem
E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva
E pudesse eu pagar de outra forma
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã
E eu tinha tantos planos pra depois
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido
Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer
E pudesse eu pagar de outra forma
Sei que um dia vais dizer
E pudesse eu pagar de outra forma
A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga! ora doce
Pra nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura"
Ornatos Violeta - Ouvi dizer
Pois eu não tive a noção do seu fim
Pelo que eu já tentei
Eu não vou vê-lo em mim
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem
E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva
E pudesse eu pagar de outra forma
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã
E eu tinha tantos planos pra depois
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido
Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer
E pudesse eu pagar de outra forma
Sei que um dia vais dizer
E pudesse eu pagar de outra forma
A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura
Ora amarga! ora doce
Pra nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura"
Ornatos Violeta - Ouvi dizer
Thursday, 8 May 2008
Ai Pina, quem me dera estar em Lisboa...
"(...) A música é muito importante para mim, mas a ausência de música, igualmente; quando a música pára, há o silêncio. Que se passa? Que sentimos nós, quando, por exemplo, andamos pelo meio da erva ou da água? Ouvimos ou não o sopro da nossa respiração? Tudo conta, tudo aquilo de que temos consciência. Sentimos as coisas segundo a maneira como as fazemos. (...)" Pina Bausch
Bailarina, coreógrafa, actriz e muito mais... mas sobretudo uma Artista que acompanhará a humanidade muito para além do seu tempo.
Em Lisboa, "2008, um festival Pina Bausch" a não perder.
Bailarina, coreógrafa, actriz e muito mais... mas sobretudo uma Artista que acompanhará a humanidade muito para além do seu tempo.
Em Lisboa, "2008, um festival Pina Bausch" a não perder.
Do Amor
Wednesday, 7 May 2008
Weird
What are the strangest things that have been found on the tube?
The following have been found at Lost Property on the London Underground: an urn containing ashes, breast implants, a coffin, and a 14 foot boat.
The following have been found at Lost Property on the London Underground: an urn containing ashes, breast implants, a coffin, and a 14 foot boat.
Tuesday, 6 May 2008
La Belgique
Aqui há uns tempos fui surpreendida com a "ignorância" de um colega de trabalho. Numa discussão que mais parecia ser de meninos da 4ª classe dei por mim a falar da Bélgica a propósito da situação política daquele país. O meu colega não parecia minimamente interessado no assunto e estava no seu direito. O que me chocou não foi isto mas o que se passou depois. A determinada altura atira-me a seguinte frase "Mas afinal o que é que tem de tão importante a Bélgica?". Eu não queria acreditar, pensei que estivesse a brincar no seu humor inglês (que tanto gosto). Não contente, lançou ainda outra pergunta em forma de desafio, nomeia-me uma pessoa "conhecida" Belga. Fiquei na dúvida se deveria entrar naquele jogo tonto mas lá acedi. René Magritte, o meu pintor preferido (acrescentei). Não conhecia. Fiquei frustrada e pensei, "bem, vamos para a banda desenhada, pode ser mais do teu interesse", Hergé. O rosto dele manteve-se imóvel. Acrescentei, autor do Tintim. Nada. Fui para a música, era impossível ele não conhecer Jacques Brel. Não conhecia. Lembrei-me de uma coisa ainda mais recente, Vaya Con Dios, ainda pior, originou gargalhada. Por fim desisti e quase a chorar pensei "Opá, vai à fava enquanto não pinta a ervilha". Desde então falamos de futebol.
Viva a Bélgica, viva o Pierre Marcolini e viva a A. que por lá tem estado e que daqui a pouco regressa de vez ao cantinho Português.
Jacques Brel - Amesterdam
Viva a Bélgica, viva o Pierre Marcolini e viva a A. que por lá tem estado e que daqui a pouco regressa de vez ao cantinho Português.
Jacques Brel - Amesterdam
PORTUGAL vs polónia
No último sábado passei por mais uma experiência interessante (para não dizer alucinante palavra que de tanto uso pela minha amiga J. já lhe pertence) da minha existência. Para além de ter ficado a acreditar naquela coisa de que os erros das outras vidas se pagam nesta, sim, caso contrário ninguém deveria ser sujeito a uma coisa destas (já lá iremos). Ganhei a convicção plena de que esta coisa de se ser “bonzinho” tem os seus limites e que eu deveria utilizá-los com mais frequência e eficácia. Para resumir a história porque não desejo aos outros, ainda que por escrito, as coisas menos boas que me acontecem a mim, aqui vai...Fui convidada para ser testemunha de um casamento Americo-Polaco em Londres (pormenor, a viagem de minha casa, que fica no centro de Londres, ao dito local de comboio demora cerca de 1 hora). Não havia como recusar (primeiro erro). Não recusei (segundo erro). Fui (é melhor parar aqui com a história dos erros caso contrário nunca mais termino de contar esta história).
Lá apanhei o comboio em Cannon Street e lá fui eu para o que mais parecia ser o outro lado da ilha. Chego a casa dos noivos, ela Polaca e ele Americano com ascendência Polaca (penso que o bisavô). A noiva estava vestida de branco sujo e sapatos vermelhos, a fazer lembrar a bandeira Polaca (pensei, levaste esta coisa do nacionalismo um bocadinho ao extremo mas enfim, é o teu dia). O noivo apresentava-se de fato preto e gravata a condizer com os sapatos da noiva (pensei, afinal não é nacionalismo, é mesmo um “bocadinho” de mau gosto. Na casa encontravam-se também os pais da noiva, chegados da Polónia e que claro, não falavam uma palavra de Inglês nem de, espante-se, Português. Portanto, passei o dia (sim, o dia, já lá iremos) a intercalar o encolher dos ombros com os sorrisos que ainda conseguia ir fazendo. Não partimos logo para o registo civil porque ainda faltava a outra testemunha da “ocorrência”, o primo da noiva. Pensei, humm, primo Polaco da noiva, Professor de Filosofia e de Matemática na Universidade de Londres, finalmente alguém com quem poderei ter “alguma” coisa que conversar. O Tadeus chegou por fim...antes de me cumprimentar de beijo na mão, ainda teve tempo de dizer em inglês que a mulher, Japonesa, se tinha sentido mal com uma “diarrhoea” e que por isso não tinha podido vir. Nesse momento percebi que o meu dia só podia piorar e de forma dástrica. Eu e o Tadeus, falávamos linguagens completamente diferentes, não verbais mas mentais. As respostas que ele dava às minhas perguntas de “conversa de circunstância” (e que circunstância) não correspondiam ao que era perguntado. E a mesma desilusão também era visível no seu rosto quando eu lhe respondia ao que me perguntava. Uma clara, e imagino que incontornável, falha de comunicação.
A noiva lá reaparece e diz “Estamos todos, podemos seguir para o registo”. Momento em que pensei que era especial pois os restantes convidados iriam ter ao local do registo e não a casa dos noivos. Várias surpresas ainda estavam para acontecer.
Saímos de casa dos noivos e começámos a caminhar todos juntos, eu, a outra testemunha, a noiva, o noivo e os pais da noiva (falta um pormenor, se o Papa João Paulo II não tivesse já morrido eu juraria a pés juntos que era o pai da noiva, iguais). Seguiamos nós o nosso caminho quando eu penso, mas para onde é que estas alminhas chamaram o taxi?
Surpresa, o taxi era vermelhinho e tinha dois andares, pois é, fomos de “bus” até ao dito registo. 20 minutinhos aos solavancos por caminhos nunca por mim antes nagevados e com o Tadues sentado à minha frente a falar de uma queimadura de 3º grau que apanhou no nariz quando escalou os pirinéus (o local mais perto de Portugal onde alguma vez esteve na vida). Neste momento eu própria já me autoflagelava por não me ter atacado a mesma espécie de “indisposição” da Japa ou será que ela é que era a mais inteligente no meio disto tudo e uma boa mentirinha nunca fez mal a ninguém?
Conspirações de lado e vamos ao que interessa. Só faltavam 20 minutinhos para encontrar outros convivas com os quais pudesse festejar tão importante dia. Chegámos ao registo 1 hora antes do previsto e os outros convivas nem vê-los, não foram sequer convidados. A surpresa não foi só minha, a própria Judy (senhora do registo que celebrou o casamento) quando nos viu a entrar na sala com capacidade para, diria eu, cerca de 300 pessoas, espreitou para o corredor e perguntou de forma espontânea, então e o resto da “party”? Digo eu agora, Judy, não percebes, a “party” somos (só) nós. Logo lhe passou a surpresa quando o Tadeus se lançou também a ela com uma beijoca na mão. A sorte dele é que o salto que a Judy deu foi para trás, caso tivesse sido para a frente acho que teria sido para o agredir e desta feita o narizinho ficado vermelhinho mas por outros motivos (eu não percebo como é que ainda há pessoas que vivem em Londres e convivem com Ingleses e não percebem que os Ingleses, quando sóbrios, odeiam contacto físico).
Os noivos percorreram o corredor que atravessava o salão recheadinho não de pessoas mas de cadeiras douradas forradas a azul ao som da marcha nupcial (cd trazido pela noiva) e lá chegaram à mesa do registo, onde estava o restante “grupo” (e que grupo, onde eu me incluia, ainda não tinha fugido apesar de o ter pensado e mentalmente visualizado várias vezes nesse dia). Casaram-se! (ufa). Não pudemos sair sem que antes o filme da entrada se repetisse mas desta vez em sentido inverso, os noivos lá percorreram, uma vez mais, o corredor do salão das cadeiras azuis e douradas em direcção à porta de saída.
Um “bus” e um comboio depois, estavamos no centro de Londres. O nosso destino era agora o restaurante Clos Maggiorie em Covent Garden (restaurante muito bem recomendado). Um pormenor, eram 2 e meia da tarde e o jantar, estava marcado para as 17.30 havia 3 horinhas, e que horinhas, pelo meio. Entrámos num café e ali ficamos sentados até perto das 17.30. Os empregados do dito café eram (quase) todos polacos o que originou logo ali “outra” festa, tão grande que por momentos me fez acreditar que eles iriam ser convidados de última hora para o jantar que se aproximava. Como falaram quase sempre em Polaco eu consegui levitar pensamentos e sair, ainda que mentalmente, daquele “filme”.
Lá fomos para o restaurante, mais empregados Polacos que vinham à mesa e já nem se davam ao cuidado de “traduzir” as recomendações do Chefe para Inglês, o que fez com que o meu pedido tivesse sido feito um pouco ao acaso. À terceira vez que um dos empregados polacos se dirige à mesa em Polaco eu não resisti e perguntei, não há por aí nenhum Português? A minha mesa sem dar hipótese de resposta, riu à gargalhada e o Tadeus, que uma vez mais ficou sentadinho à minha frente, “brincou”, “vê-se mesmo que não conheces a grandiosidade da “rede” Polaca” arrematou ainda dizendo “Estamos em toda a parte”. A mesa deu uma gargalhada geral e o momento foi devidamente traduzido para Polaco para pai e mãe da noiva. E eu, de forma simpática (e o esforço que fiz para ser “simpática” naquele momento) ri-me com um som que tentava imitar uma gargalhada.
Já quase no fim do jantar aparece um empregado que não era Polaco (Thank God!) a quem eu delicadamente volto a colocar a questão não respondida de há pouco, “Não há por aí nenhum Português?” Ao que ele responde para espanto da mesa e meu próprio, há, o CHEFE Nelson. Virei-me para a mesa e disse “and this, my friends, is the Portuguese Network, we are the quality and not the quantity.” Aqui o riso forçado foi claramente o deles, mas eu não quero saber.
Não imagina o Chefe Nelson (claro que não me atrevi a dizer que este nome é muito feio) que me ofereceu o dia e não imaginava eu que ainda iria levar outra beijoca na mão na despedida do Tadeus. Ficou a promessa (O Rui Veloso que me perdoe mas ainda não decidi se a vou cumprir) de ir ao casamento religioso na Polónia.
Lá apanhei o comboio em Cannon Street e lá fui eu para o que mais parecia ser o outro lado da ilha. Chego a casa dos noivos, ela Polaca e ele Americano com ascendência Polaca (penso que o bisavô). A noiva estava vestida de branco sujo e sapatos vermelhos, a fazer lembrar a bandeira Polaca (pensei, levaste esta coisa do nacionalismo um bocadinho ao extremo mas enfim, é o teu dia). O noivo apresentava-se de fato preto e gravata a condizer com os sapatos da noiva (pensei, afinal não é nacionalismo, é mesmo um “bocadinho” de mau gosto. Na casa encontravam-se também os pais da noiva, chegados da Polónia e que claro, não falavam uma palavra de Inglês nem de, espante-se, Português. Portanto, passei o dia (sim, o dia, já lá iremos) a intercalar o encolher dos ombros com os sorrisos que ainda conseguia ir fazendo. Não partimos logo para o registo civil porque ainda faltava a outra testemunha da “ocorrência”, o primo da noiva. Pensei, humm, primo Polaco da noiva, Professor de Filosofia e de Matemática na Universidade de Londres, finalmente alguém com quem poderei ter “alguma” coisa que conversar. O Tadeus chegou por fim...antes de me cumprimentar de beijo na mão, ainda teve tempo de dizer em inglês que a mulher, Japonesa, se tinha sentido mal com uma “diarrhoea” e que por isso não tinha podido vir. Nesse momento percebi que o meu dia só podia piorar e de forma dástrica. Eu e o Tadeus, falávamos linguagens completamente diferentes, não verbais mas mentais. As respostas que ele dava às minhas perguntas de “conversa de circunstância” (e que circunstância) não correspondiam ao que era perguntado. E a mesma desilusão também era visível no seu rosto quando eu lhe respondia ao que me perguntava. Uma clara, e imagino que incontornável, falha de comunicação.
A noiva lá reaparece e diz “Estamos todos, podemos seguir para o registo”. Momento em que pensei que era especial pois os restantes convidados iriam ter ao local do registo e não a casa dos noivos. Várias surpresas ainda estavam para acontecer.
Saímos de casa dos noivos e começámos a caminhar todos juntos, eu, a outra testemunha, a noiva, o noivo e os pais da noiva (falta um pormenor, se o Papa João Paulo II não tivesse já morrido eu juraria a pés juntos que era o pai da noiva, iguais). Seguiamos nós o nosso caminho quando eu penso, mas para onde é que estas alminhas chamaram o taxi?
Surpresa, o taxi era vermelhinho e tinha dois andares, pois é, fomos de “bus” até ao dito registo. 20 minutinhos aos solavancos por caminhos nunca por mim antes nagevados e com o Tadues sentado à minha frente a falar de uma queimadura de 3º grau que apanhou no nariz quando escalou os pirinéus (o local mais perto de Portugal onde alguma vez esteve na vida). Neste momento eu própria já me autoflagelava por não me ter atacado a mesma espécie de “indisposição” da Japa ou será que ela é que era a mais inteligente no meio disto tudo e uma boa mentirinha nunca fez mal a ninguém?
Conspirações de lado e vamos ao que interessa. Só faltavam 20 minutinhos para encontrar outros convivas com os quais pudesse festejar tão importante dia. Chegámos ao registo 1 hora antes do previsto e os outros convivas nem vê-los, não foram sequer convidados. A surpresa não foi só minha, a própria Judy (senhora do registo que celebrou o casamento) quando nos viu a entrar na sala com capacidade para, diria eu, cerca de 300 pessoas, espreitou para o corredor e perguntou de forma espontânea, então e o resto da “party”? Digo eu agora, Judy, não percebes, a “party” somos (só) nós. Logo lhe passou a surpresa quando o Tadeus se lançou também a ela com uma beijoca na mão. A sorte dele é que o salto que a Judy deu foi para trás, caso tivesse sido para a frente acho que teria sido para o agredir e desta feita o narizinho ficado vermelhinho mas por outros motivos (eu não percebo como é que ainda há pessoas que vivem em Londres e convivem com Ingleses e não percebem que os Ingleses, quando sóbrios, odeiam contacto físico).
Os noivos percorreram o corredor que atravessava o salão recheadinho não de pessoas mas de cadeiras douradas forradas a azul ao som da marcha nupcial (cd trazido pela noiva) e lá chegaram à mesa do registo, onde estava o restante “grupo” (e que grupo, onde eu me incluia, ainda não tinha fugido apesar de o ter pensado e mentalmente visualizado várias vezes nesse dia). Casaram-se! (ufa). Não pudemos sair sem que antes o filme da entrada se repetisse mas desta vez em sentido inverso, os noivos lá percorreram, uma vez mais, o corredor do salão das cadeiras azuis e douradas em direcção à porta de saída.
Um “bus” e um comboio depois, estavamos no centro de Londres. O nosso destino era agora o restaurante Clos Maggiorie em Covent Garden (restaurante muito bem recomendado). Um pormenor, eram 2 e meia da tarde e o jantar, estava marcado para as 17.30 havia 3 horinhas, e que horinhas, pelo meio. Entrámos num café e ali ficamos sentados até perto das 17.30. Os empregados do dito café eram (quase) todos polacos o que originou logo ali “outra” festa, tão grande que por momentos me fez acreditar que eles iriam ser convidados de última hora para o jantar que se aproximava. Como falaram quase sempre em Polaco eu consegui levitar pensamentos e sair, ainda que mentalmente, daquele “filme”.
Lá fomos para o restaurante, mais empregados Polacos que vinham à mesa e já nem se davam ao cuidado de “traduzir” as recomendações do Chefe para Inglês, o que fez com que o meu pedido tivesse sido feito um pouco ao acaso. À terceira vez que um dos empregados polacos se dirige à mesa em Polaco eu não resisti e perguntei, não há por aí nenhum Português? A minha mesa sem dar hipótese de resposta, riu à gargalhada e o Tadeus, que uma vez mais ficou sentadinho à minha frente, “brincou”, “vê-se mesmo que não conheces a grandiosidade da “rede” Polaca” arrematou ainda dizendo “Estamos em toda a parte”. A mesa deu uma gargalhada geral e o momento foi devidamente traduzido para Polaco para pai e mãe da noiva. E eu, de forma simpática (e o esforço que fiz para ser “simpática” naquele momento) ri-me com um som que tentava imitar uma gargalhada.
Já quase no fim do jantar aparece um empregado que não era Polaco (Thank God!) a quem eu delicadamente volto a colocar a questão não respondida de há pouco, “Não há por aí nenhum Português?” Ao que ele responde para espanto da mesa e meu próprio, há, o CHEFE Nelson. Virei-me para a mesa e disse “and this, my friends, is the Portuguese Network, we are the quality and not the quantity.” Aqui o riso forçado foi claramente o deles, mas eu não quero saber.
Não imagina o Chefe Nelson (claro que não me atrevi a dizer que este nome é muito feio) que me ofereceu o dia e não imaginava eu que ainda iria levar outra beijoca na mão na despedida do Tadeus. Ficou a promessa (O Rui Veloso que me perdoe mas ainda não decidi se a vou cumprir) de ir ao casamento religioso na Polónia.
Auto-ilusão
"Há já demasiados Narcisos no mundo, demasiados desses seres tomados de amor por si mesmos."
Isto era assim no século XVIII quando Montesquieu escreveu o seu "Éloge de la sincérité" imaginem agora...
Isto era assim no século XVIII quando Montesquieu escreveu o seu "Éloge de la sincérité" imaginem agora...
Sunday, 4 May 2008
A menina Feliz que chorou por causa das migalhas da bolacha de chocolate
O que eu gosto de ir para a Tate Modern observar. Tudo ali é arte, até as pessoas que por lá circulam (excludindo, como é óbvio, as multidões de turistas de boné na cabeça e guia de londres na mão). Como boa londoner (não de nascimento mas de vivência), já consigo diferenciar um turista de um local. Deixando a massagem ao ego de lado, posso agora passar à “história mais simples do mundo”. Num destes dias, estava eu na Tate, distraída em pensamentos, quando reparo numa menina, que não devia ter mais do que 5 aninhos, que sorria para mim. Retribuí. Houve algo naquela criança que imediatamente me cativou, a sua tão evidente felicidade. Só sabia rir ou sorrir, não lhe consegui ver o rosto "descontraído". Comia alegremente uma bolachinha de chocolate enquanto distribuia sorrisos pela sala. Até que chegou a frustração, que a avaliar pela reacção terá sido a primeira da sua vida, as migalhas da bolachinha de chocolate. Enquanto comia, verificou que algumas migalhas cairam no chão. As lágrimas soltaram-se, o rosto alterou-se por completo e o sofrimento veio de forma crua de tão sentido ao seu encontro. Chorou, sem gritar ou fazer birra, pelas migalhinhas. Tinha lágrimas de gente grande e isso deixou-me muito triste. Como eu a compreendo.
Thursday, 1 May 2008
Miminho
Não é coincidência.
Este blog (criado no dia das mentiras) celebra 1 mês de existência no dia do trabalhador (hoje). Ainda não decidi quem devo homenagear, os primeiros (mentirosos) ou os segundos (trabalhadores).
E depois não digam que não vos brindo com elevados pensamentos filosóficos...
Aos que "me" visitaram durante o último (e primeiro) mês, deixo um miminho de admiração pela coragem do regresso.
Este blog (criado no dia das mentiras) celebra 1 mês de existência no dia do trabalhador (hoje). Ainda não decidi quem devo homenagear, os primeiros (mentirosos) ou os segundos (trabalhadores).
E depois não digam que não vos brindo com elevados pensamentos filosóficos...
Aos que "me" visitaram durante o último (e primeiro) mês, deixo um miminho de admiração pela coragem do regresso.
Meu Querido mês de Agosto
O Twickenham Stadium é o estádio de referência para os amantes de Rugby. Para mim, representa o (re)encontro com os R.E.M.. Dia 30 de Agosto a primeira fila não me espaca...
Aqui vão 2.47min do novo álbum.
(Para os menos fãs de "rugby", aviso desde já que este é o primeiro de muitos posts sobre R.E.M.)
Hollow Man in Accelerate
Aqui vão 2.47min do novo álbum.
(Para os menos fãs de "rugby", aviso desde já que este é o primeiro de muitos posts sobre R.E.M.)
Hollow Man in Accelerate
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